1. |
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Chamam de empreendedor
O trabalhador contemporâneo
Quando na realidade
É um escravo pós-moderno
Ponte:
Não tem direitos, é refém do maldito capital
Só trabalha, se matando pra poder sobreviver
Pedalando o dia inteiro
Uma bike alugada
Se sofrer um acidente
A empresa não faz nada
Ponte
Trabalhador terceirizado
Desvinculado da empresa
Vive ralando pra caralho
E o salário é incerteza
Refrão:
Seja também um empreendedor
Não pense em crise, só trabalhe
Pra ter sucesso tem que merecer
O que vale é o trabalho, descartável é você.
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2. |
O Brasil não deixa
01:13
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Dois pirados abrem fogo na escola e matam oito
Homem mata a companheira só por causa do divórcio
Professor é espancado por aluno no trabalho
Gay é morto a pauladas bem na porta da sua casa
A solução pra ter emprego é abrir mão dos seus direitos
Teve estupro coletivo e culparam a garota
A enchente levou tudo que havia pela frente
Soterrados pela lama, feito um bando de indigentes
Refrão:
Eu queria era falar de muita paz, amor e vida, afeto, amigos, praia e brisa
Mas o Brasil não deixa
Mas o Brasil não deixa
Mas o Brasil não deixa
Eu queria era falar de muita paz, amor e vida, afeto, amigos, praia e brisa
Mas o Brasil não deixa
A passagem está mais cara, novo imposto se criou
Após demissão em massa, até o hospital fechou
Criminoso de olho azul tem habeas corpus concedido
Vai pra casa liberado não tem cara de bandido
Travesti assassinado, favelado assassinado
Uma criança assassinada, mas a arma é liberada
A polícia mata muito, a criminalidade aumenta
A escola é um fracasso, até quando o povo aguenta?
Refrão
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3. |
Punhal
02:58
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Neofascistas com sua mente atroz
Se esforçam pra calar minha voz
Minha resistência é feroz
Tua ação será o teu algoz
Refrão:
Se você tentar me silenciar
o Punhal virá pra falar no meu lugar
Vem pra te rasgar, pra te retalhar,
cortar tua garganta, te fazer calar
A revolução, nossa reação,
pra desconstruir toda sua maldição
Todo esse mal da tua falta de moral,
eu vou destruir com mil golpes de Punhal
Minha liberdade de expressão
Vou manter mesmo com armas na mão
À espreita sempre a te esperar
Preparado pra te apunhalar
Refrão
Não conseguirá fazer do mundo um lugar para odiar
Você vai passar e toda sua laia vai se envergonhar
Refrão
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4. |
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A faculdade tem cor, é branca, rica e abastada
O CIEP tem cor, é preta, pobre e favelada
O suspeito tem cor, é branca, rica e abastada
O criminoso tem cor, é preta, pobre e favelada
Whisky tem cor, é branca, rica e abastada
A cachaça tem cor, é preta, pobre e favelada
A justiça tem cor, é branca, rica e abastada
A cadeia tem cor, é preta, pobre e favelada
Ponte:
Quero ao menos uma vez
Ter direito, afinal,
A viver com dignidade
E ser tratado igual a você
Refrão:
Hei! A lei é dura só quando eu sou réu
Quem tem dinheiro nunca vê o xadrez
Impunidade cumpre seu papel
E mostra ao pobre que ele não tem vez
O banqueiro agiota não tem dó nem de velha
Comete crime financeiro e a justiça libera
O político corrupto tá de olho na verba
Rouba a grana da merenda e deixa o povo na merda
Ponte
Refrão
Fodem com a porra da minha dignidade
Cagam na cabeça do povo sem piedade
Fodem com a porra da minha dignidade
E ainda pedem calma? Calma é o caralho!
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5. |
Abriram-se os porões
03:38
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"O erro da ditadura foi torturar e não matar"
"Quem procura osso é cachorro"
"Se matar 10, 15 ou 20, com 10 ou 30 tiros cada um,
ele tem que ser condecorado, e não processado"
Refrão 1:
Abriram-se os porões, maldade sem limites
Quando o chefe da nação não possui humanidade
"Eu jamais ia estuprar você porque você não merece"
"Prefiro que morra num acidente do que apareça com um bigodudo"
"O exército não matou ninguém, o exército é do povo"
"Quem quiser vir aqui fazer sexo com uma mulher, fique à vontade"
Refrão 2:
O discurso de ódio chancelado pelo Estado
Vitimiza a sociedade, sem direito à humanidade
Monstros saem de sujos porões
Encorajados por tais "cidadões"
Não há empatia pelo diferente
Apenas ódio contra toda gente
"Morreram poucos. A PM tinha que ter matado mil"
"As minorias se adequam ou simplesmente desaparecem"
"O afrodescendente mais leve pesava sete arrobas"
"Dinheiro do auxílio-moradia eu usava pra comer gente"
Refrão 1
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6. |
Classe mé(r)dia
02:55
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Nascido de família privilegiada
Papai é engenheiro, mamãe é secretária
Não tinham muito tempo para mim e meus irmãos
Mas sempre investiram numa boa educação
Clube, natação e o cursinho de inglês
Fizeram sacrifício pra eu crescer e ser alguém
Agora, vê se pode, olha a filha da Maria
Roubou a minha vaga na facul de economia
Eu sou da classe mérdia
Queria ser um milionário, mas ao menos não nasci na merda
Eu sou da classe mérdia
Respeitem o espaço reservado para minha casta
Assalariado e pagando aluguel
Pelo menos é Tijuca, eu não moro no Borel
Falando em favela, a Maria enlouqueceu
Meteu minha família na justiça, oh meu Deus
Pedindo uma grana de indenização
Pelos anos de infância que perdeu limpando chão
Besta ingrata, morreria lá no Ceará
Se não fosse o vovô lhe trazer pra trabalhar
Eu sou da classe mérdia
Respeite meu direito de oprimir a minha empregada
Eu sou da classe mérdia
Sou de casa de família, toda branca e bem-educada
Eu sou da classe mérdia
Papai perdeu o emprego e agora a gente tá na merda
Eu sou da classe mérdia
Endividado até o pescoço, mas não me misturo com gentalha
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7. |
Coerência?
02:12
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Tu vê um monte de parada errada e não fala nada
Tu banca o santinho mas tudo é uma farsa
Cagando regra pra geral que tu não segue
É muita hipocrisia tu dizer o que fazer
Se nem a lei tu segue e ainda vem dizer
Como devo me vestir, agir, falar, me comportar
Têm padre pedófilo, Polícia ladrão
Cristão assassino que odeia pagão
Mas o que escandaliza tua casa são as minas de mão dada
Não adianta pôr a máscara na cara
A fenda mostra a incoerência incubada
Revela a verdade por trás do que tu crê
Queria ver você viver conforme o seu discurso
Seguir o mote que você impõe ao mundo
Uma verdade que só serve aos outros e não a você
Tem homem de bem que abandona a família
Tem pai que estupra a sua própria filha
Mas o que tua moral abomina
É o cara se assumir menina
Tem mulher que aceita o discurso machista
Tem até judeu que elege nazista
Mas o professor com um livro na mão
É uma ameaça à nação
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8. |
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Derrubar floresta,plantar soja e criar boi
Quando o assunto é dinheiroeu não deixo pra depois
Tomei a terra a força,é motosserra e escopeta
Se mexer na minha cercavou arrancar tua cabeça
Refrão 1:
Ei, índio, jamais será bem vindo
A terra agora é minha e você é o inimigo
Apagarei sua história e tudo que você foi
Eu sou o Deus da bala, bíblia e boi
Maué, Munduruku,Apiacá ou Caeté?
Com a corda no pescoçonão me importa quem cê é
Tamoio ouZo'é,KiririouGuaycuru
Se depender de mimnão vai sobrar nenhum
Refrão 2:
Pega a SUV enche o tanque e vambora
Direto para a igreja pra pagar a nossa cota
Débito? Mastercard? Tua reza como foi?
Eu sou o Deus da bala, bíblia e boi
Refrão 1
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9. |
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Vai tomar no cu, filho duma puta!
Vai tomar no cu, filho duma puta!
Vai tomar no cu, filho duma puta!
Vai tomar no cu!
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10. |
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O nosso lugar é onde a gente quer estar
Nós tamo cagando se o nosso grito incomodar
Se liga, playboy, a gente não quer teu aval
Tá na hora de acabar com o apartheid social
O escritório, o aeroporto e a universidade
Todos ocupados pela nossa alteridade
Seja qual for a tua origem identitária
Não deixe de mostrar que agora a gente tá na área
Refrão:
O nosso lugar é onde a gente quer estar
Mas se nos impedem é hora de ocupar
O nosso lugar é onde a gente quer estar
Mas se nos impedem é hora de ocupar na marra
A filha do pedreiro tá fazendo doutorado
Os amigos do arco-íris saíram do armário
Tudo sempre à base de suor e muita luta
Mas ainda assim a elite se insulta
Querem que vivamos em clandestinidade
Pois querem existir em exclusividade
Agora já era, chegamos pra ficar
Todos os espaços nós vamos ocupar
Refrão
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11. |
O supérfluo
02:33
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Roubado de toda dignidade
Destituído de humanidade
Sou fruto da desigualdade
O supérfluo da sociedade
Excluído, marginalizado
Invisível e desamparado
Esquecido, quase proibido
Passo por você despercebido
Sou apenas percebido
Quando você quer me usar
Para sua consciência
Você poder aplacar
Só assim tenho meu uso
Pro burguês aparecer
Dando esmola pra indigente
Quando todo mundo vê
Refrão:
O meu cheiro te incomoda
Fiz do lixo o meu lar
Como restos, encho a cara
Pra essa vida suportar
Mas mesmo não tendo nada você quer me roubar
Tirar a única coisa que eu consigo usar
Você quer decidir o que eu devo comprar
Com o caralho da esmola que você quer me dar
Não!
Refrão
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12. |
Geração de endividados
02:13
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A dívida é a melhor forma de controle social
A corda no pescoço que nos impõe o capital
Focando nos boletos, não se criam mais levantes
Gerando devedores, o sistema se garante
Refrão:
Geração de endividados
Sem futuro, só lamenta
Vai morrer pagando juros
Nenhum sonho alimenta
Geração de endividados
Cria gente violenta
No limite, viciados
Uma hora vai dar merda
O empoderamento foi reificado
O sonho de consumo que se compra no mercado
Parcela em dez vezes, no cartão ou crediário
E a vida se resume a pagar conta pra caralho
Refrão
Se você quer estudar, tem que pagar ou não se forma
Uma casa pra morar, tem que pagar de alguma forma
Se a saúde fraquejar, ou paga ou morre sem conversa
Se quiser se aposentar, vai receber uma merreca
Refrão
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13. |
Liberal Brazuca
03:04
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Posso pagar com o dinheiro que papai sempre me dá
Posso pagar com a herança que o vovô vai me deixar
Posso pagar com o carguinho de assessor parlamentar
Posso pagar com o empreguinho que a titia vai me dar
Refrão 1:
Eu fiz por merecer, nasci no berço certo
Eu nunca abro mão de todo meu privilégio
Trabalho eu nunca tive, isso é coisa de servo
Entenda de uma vez tudo é questão de mérito
Quero comprar uma estatal com subsídio pra lucrar
Sem me arriscar, o prejuízo para o povo repassar
Não vou pagar imposto algum pois isso vai me atrapalhar
O lucro aumentar e que se foda o povo e o seu bem estar
Refrão 1
Vamos acabar com a previdência,
Não quero sustentar um bando de velho inútil!
Garfar as suas férias e décimo terceiro,
Para receber dinheiro tem que trabalhar!
Já que não vou pagar a conta dessa porra
Meus ganhos e meus lucros vou maximizar!
Crise geral, o empresário pede recuperação
Judicial, o empreiteiro negocia a delação,
Tudo legal e o povo só se fode em meio a todo caos,
Caos social e a culpa toda é do maldito liberal
Refrão 2:
Maldito liberal, quando a corda arrebenta,
Protege o capital e o Estado cobre as perdas
Da crise que tu cria o sistema se alimenta
Mas basta, seu reaça, nosso povo não te aguenta
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14. |
Resistência Antifa
03:31
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Índios, negros, quilombolas
Favelados, mendigos, despossuídos
Gays, lésbicas, bissexuais
Mulheres, travestis, transexuais
Umbandistas, candomblecistas
Pensadores, professores e artistas
Trabalhadores, operários
Somos todos uma grande minoria
Somos maltratados, vilipendiados,
Atacados, estuprados ou assassinados
Vítimas do ódio doentio da nação
Porque somos diferentes do padrão
Não aceitaremos esse vil comportamento
Lutaremos contra nosso silenciamento
Todo o seu ódio e seu preconceito
Servirão como medida da nossa reação
Refrão 1:
Eu resistirei, resistência antifa
Jamais desistirei, resistência antifa
Sim, eu lutarei, resistência antifa
E triunfarei, resistência antifa
Pra vocês somos apenas a escória,
O lado da sociedade que não querem ver
Permaneceremos em união
Ecoando nossas vozes por toda a nação
Seu mundo ignóbil nunca acontecerá
A resistência prevalecerá
Veja todas ruas tomadas pela multidão
Todos unidos a bradar essa canção
Refrão 1
Marielle, Malala, Teresa de Benguela,
Marighella, Chico Mendes, Nelson Madela,
Olga Benário, Nísia Floresta, Angela Davis,
JadavMolai, Zumbi, Paulo Freire,
Dragão do Mar, Che Guevara, Simone de Bevouir,
Emiliano Zapata, Rosa Parks, Maria Firmina,
A todos e todas que lutaram por dias melhores!
Refrão 2:
Nós resistiremos, resistência antifa
Jamais desistiremos, resistência antifa
Sim, nós lutaremos, resistência antifa
Por fim triunfaremos, resistência antifa
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15. |
Trabalhadores, uni-vos
03:21
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Explorado feito um animal
Pra gerar ganho de capital
O patrão só quer a mais-valia
Mas sou eu que trabalho todo dia
Enquanto isso querem nos roubar direitos
Até mesmo tirar o pouco que eu tenho
Mas não podemos aceitar essa situação
Devemos nos unir, juntos entrar em ação
Vamos todos lutar contra a dominação
Do capitalismo, essa maldição
As classes altas devem nos temer
Já que não deixam nos desenvolver
A consciência de nosso poder
A ordem vigente pode subverter
Sim, somos nós que produzimos a riqueza
Portanto, vamos nos unir para mantê-la
E assim mudar nossa atual situação
Aproveitar nossa riqueza, nossa produção
Deixar de enriquecer o maldito patrão
Trabalhadores em união
Devemos sempre defender essa verdade
Para mudar os rumos da humanidade
Trazer à consciência da população
Que não podemos aceitar a exploração
Não ser fantoches nas mãos do patrão
Ao capitalismo diga não!
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16. |
Mais um CPF cancelado
02:12
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Aqui ninguém acha que se resolve na bala
O desvio de verba, o arrego, a propina,
A venda desenfreada de coisa falsificada,
Sonegação, caixa 2, improbidade, indolência
Aqui não se fala em liberar armamento
Pro povo se defender da truculência do Estado,
Do criminoso de terno, do doutor negligente,
Do burocrata omisso, da fraude contra o inocente
Ponte:
Tudo isso é crime
Mas ninguém tá se importando
Nem um puto aqui gritando
Bandido bom é bandido morto
Refrão:
Eu nunca vi um auto de resistência envolvendo juiz que vende sentença
Eu nunca vi o povo fazer justiça com as próprias mãos com deputado ladrão
Eu nunca vi policia tocar terror só pra prender empresário sonegador
Quem morre aqui é preto pobre fudido e a contagem prossegue...
Mais um CPF cancelado!
Não tem nenhum tipo de salvo conduto
Pro cidadão revidar a agressão descabida
Do agente do Estado, o flagrante forjado,
A cusparada na cara, a humilhação, o escracho
Não tem excludente de ilicitude
Pra mina largar o aço pra cima do estuprador,
Do namorado agressor, do ex que impõe o terror,
Do babaca insistente que acha que é sedutor
Ponte
Refrão
Mais um CPF cancelado!
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Punhal Rio De Janeiro, Brazil
Curto, rápido e letal. Punk hardcore antifascista do subúrbio do Rio de Janeiro!
Sandro (voz)
Thiago (guitarra)
Amaury (baixo)
Beto (bateria)
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